A Ideia de Descentramento em Roberto Schwarz.

Nome: Igor Nunes Costa
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 10/10/2012
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
Bajonas Teixeira de Brito Junior Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
Adelia Maria Miglievich Ribeiro Examinador Interno
Bajonas Teixeira de Brito Junior Orientador

Resumo: Trata da ideia de descentramento em Roberto Schwarz, que surge da inserção subordinada do Brasil no âmbito internacional paralelamente à acomodação de ideias da modernidade
europeia pelas relações de favor da sociedade brasileira. É analisado nas obras em que ele
discute o desenvolvimento do país, as relações de classe e na tradição intelectual que se
insere. Esse descentramento é ressaltado no período da Independência do Brasil, feita de
forma conservadora, quando as ideias europeias foram colocadas em gravitação pelas elites na sociedade escravista e paternalista brasileira. Tais ideias tornaram-se ornamento, dado que a participação das elites nos benefícios das sociedades avançadas só se efetuaria sob a
exploração econômica e dominação política instaladas naquele período e reatualizadas com o avanço do capital. Ideias, portanto, que não possuíam a mesma eficácia que tinha nos países de origem, sendo sempre deslocadas pelo favor. Dada à relativa autonomia da cultura frente à economia, no processo de formação do Brasil, leis, arquitetura, literatura, costumes foram trazidos para o país e implantados, contribuindo para o desajuste entre cultura nacional e estrangeira, que é nossa também, nessas condições desajustadas. Uma dessas ideias, a de desenvolvimento, fundado na ciência e na técnica, estimulava o avanço aos saltos da estrutura econômica sem o devido acompanhamento do processo social que lhe dissesse respeito. Na verdade, em função da regressão desse processo, já que o avanço tecnológico dos países centrais não poderia ser acompanhado pelos periféricos, dado que tal avanço mantém, com aqueles países, a propriedade do produto novo, mais produtivo, impossibilitando que os países periféricos acompanhem os patamares de concorrência, produtividade e eficácia dos centrais. Avançando, portanto, sem os investimentos correlatos em áreas sociais que sustentem esse avanço, a exclusão, as segregações sociais, a desigualdade e as relações de favor com seus componentes de arbítrio, hierarquia, violência são repostos permanentemente.

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