Universitários Negros: Acesso ao Saber Escolar e o Processo de (re)construção da Identidade

Nome: Luana Ribeiro da Trindade
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 22/02/2018
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
ANDREA BAYERL MONGIM Co-orientador
Osvaldo Martins de Oliveira Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
ANDREA BAYERL MONGIM Coorientador
Cleyde Rodrigues Amorim Suplente Externo
Gustavo Henrique Araujo Forde Examinador Externo
Osvaldo Martins de Oliveira Orientador
Sérgio Pereira dos Santos Examinador Externo

Resumo: Este estudo, desenvolvido em perspectiva etnossociológica tem como objetivo principal analisar o processo de (re)construção da identidade de universitários que se autodeclaram negros, considerando as relações que se estabelecem com diferentes agentes a partir do ingresso na universidade. Para tal, foram realizados registros através de observações sistemáticas no universo institucional da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), nos campi de Goiabeiras e Maruípe. A entrevista do tipo relato de vida apresentou-se como caminho mais apropriado para esse estudo, a partir da qual buscamos analisar percursos sociais de 14 universitários autodeclarados como negros (as) e 6 universitários autodeclarados brancos. Os resultados provenientes deste estudo mostraram que a discussão do ser negro inicia-se de um determinado lugar. O tornar-se negro, portanto, é um processo pontual, na maioria das vezes, gerado por experiências marcantes de racismo. Esse processo não ocorre de forma idêntica para todos e vai acontecendo aos poucos. Cada um vai identificando-se de uma maneira diferente. Acontece, em geral, quando ingressaram na universidade, após novas experiências e relações com diferentes agentes. Também é nesse espaço que estes discentes começam rememorar o passado e perceber mais diretamente que suas vidas foram marcadas por experiências de racismo em diversos momentos. Sendo, a maior parte dos casos, vivenciada no período escolar. Os desafios, sobretudo, de ingresso e permanência na UFES, não estão ligados apenas a questões materiais e financeiras, mas também àquelas de ordem simbólica. Ao tomarem consciência dessas situações existentes, alguns estudantes tomam a identidade como fator importante de mobilização. Isso, coletivamente, através da inserção em organizações negras dentro da universidade e de forma autônoma. Os universitários autodeclarados brancos, por sua vez, reconhecem seus privilégios, que as práticas racistas ainda persistem dentro da UFES e na sociedade, bem como a importância das ações afirmativas nas universidades. Além disso, começaram a construir o debate sobre relações raciais e principalmente sobre cotas, após ingresso na universidade. Com base em tais constatações, percebi que os percursos sociais dos universitários autodeclarados negros se entrelaçam em diversos momentos de suas experiências e muitas dessas, são semelhantes.

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